Durante séculos, a água mineral que brotava em Monfortinho foi livremente utilizada por gentes de ambos os lados da fronteira, que aqui procuravam a cura para diversas patologias. Com condições bastante deficitárias, os banhos faziam-se no edifício designado Casa do Banho Público, que viria a ser demolido no início do século XX, no âmbito das obras de remodelação levadas a cabo pela Companhia das Águas da Fonte Santa de Monfortinho, fundada em 1907, que obteria a exploração destas termas.
Em 1935 viria a ser constituída uma nova sociedade, com a mesma designação, encabeçada pelo Conde da Covilhã, Júlio Anahory de Quental Calheiros, e pelo Visconde de Guilhomil, Ruy Vieira Peixoto de Villas Boas. Sob a sua égide foram construídos e explorados o grande balneário que ainda conhecemos e o Hotel Fonte Santa. Inaugurado em 1940, o balneário, que as pessoas se habituaram a apelidar de antigo face à remodelação profunda de 2001, tinha um leque reduzido de tratamentos, com especial destaque para as banheiras de água corrente.
Uma das caraterísticas era a existência do balneário de terceira, com banhos mais baratos para termalistas com menos posses, que não se importavam que a água fosse usada à temperatura a que emergia, a cerca de 29 graus, e não aquecida.
Também as vivências do dia-a-dia, nota Carlos Paredes, proprietário do Hotel das Termas, eram diferentes, uma vez que não havia eletricidade e a iluminação era assegurada por geradores. “Mas só funcionava até determinadas horas”, brinca.
Já as propriedades das águas mantiveram-se, assegura o empresário, que destaca as suas valias no combate à psoríase, ao eczema, ao stress e a problemas do foro biliar e da vesícula, bem como os efeitos benéficos de bem-estar.