Com a beleza ímpar da Serra do Bussaco a servir-lhes de berço, as Termas de Luso, no município da Mealhada, distrito de Aveiro, conjugam tradição e modernidade, descanso e bem-estar. Em 1726, no “Aquilégio Medicinal” (o primeiro inventário das águas minerais portuguesas), Francisco da Fonseca Henriques faz referência a este ‘segredo’ bem guardado, dando conta de um “olho de água quente” com poderes medicinais e terapêuticos.

O aproveitamento do ‘Banho’ e os primeiros doentes acabariam por chegar somente meio século mais tarde, por volta de 1775, altura em que José António de Morais, clínico distinto, fez os pioneiros ensaios das molestias cutaneas”. Em 1838, a Câmara Municipal da Mealhada mandou edificar ao redor da nascente uma casa de alvenaria e, em 1850, o Governo Civil de Coimbra aprovou a primeira planta do edifício dos Banhos do Luso, com o qual a Câmara da Mealhada pediu autorização à Corte para contrair um empréstimo de mil reis para executar a obra. Na altura, a Rainha D. Maria II visitou a Mata do Bussaco e doou 100 reis para as novas instalações. Já no início do século XX, Charles Lepierre realiza, pela primeira vez, uma análise bacteriológica à Água Termal de Luso e classifica-a de “Água muitíssimo pura”.

Nas últimas décadas, as Termas de Luso apresentam-se totalmente renovadas e requalificadas, apostando num conceito inovador que conjuga, de forma complementar, Termalismo Clássico, Spa Termal e Medical Center, dando resposta às exigências crescentes do segmento de saúde e bem-estar. A sua água circula em profundidade, a cerca de 500 metros, em rochas formadas quase exclusivamente por quartzo, emergindo a uma temperatura em torno dos 28ºC, o que faz com que seja considerada mesotermal, além de se distinguir pela sua baixa mineralização e por ser hipossalina.

As suas propriedades terapêuticas são reconhecidas em afeções crónicas do aparelho reno-urinário, hipertensão arterial, perturbações do metabolismo, afecções respiratórias crónicas, reumatismos, perturbações do aparelho locomotor e em patologias dérmicas. Porém, a ação benéfica do Luso não se esgota nas virtudes salutares das suas águas termais, pois há muito a descobrir.