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Caldas da Felgueira2021-07-22T14:10:31+00:00

A história das Caldas da Felgueira, no concelho de Nelas, distrito de Viseu, é rica em pormenores curiosos. Sendo das mais bem documentadas do país, desde cedo alcançaram o devido reconhecimento. A primeira referência às águas termais da Felgueira encontra-se nas “Memórias Paroquiais”, um questionário encomendado, em 1758, pelo Marquês de Pombal e enviado a todos os bispos das dioceses do reino, para que fossem respondidos pelos seus párocos e remetidas as respostas à Secretaria de Estado dos Negócios do Reino. O documento dá conta da existência de uma nascente sulfúrica quente no limite do Lugar de Vale de Madeiros. “No ribeiro chamado das Caldas, lemite do lugar de Val de Madeiros, sohe a huma ilharga do sito ribeiro ágoa quente e súlfurea, que bebida tem feito bem a algumas obstruçõens de estômago, mas som pouco uzadas as ditas ágoas”.

Ou seja, já aqui era conhecida uma nascente de água quente e sulfúrea, indicada para males de estômago. Esta seria utilizada por pastores, dado que era um sítio onde passavam os rebanhos em transumância, desde a Serra da Estrela, e ali saravam as feridas das patas dos animais. Fez-se, assim, a dedução de que se era boa para os animais, também o seria para os homens.

Já no final do século XVIII, é registada a primeira utilização terapêutica, com a cura de uma doença de pele do Padre José Lourenço, com a água extraída de um poço neste lugar. No século XIX surgem os primeiros equipamentos, com o padre José Inácio de Oliveira a mandar construir um barracão dedicado aos banhos e, em 1818, a capela do Bom Sucesso.

Em 1867, a estância viria a ser distinguida na Exposição Universal de Paris e, alguns anos depois, pela mão de José Maria Marques Caldeira, nasceu a primeira concessão. O alvará foi concedido pela Câmara de Nelas em 24 de Dezembro de 1880. Seguiu-se a construção do balneário, pelo traço do arquiteto Rodrigo Maria Bercquo, Marquês de Cantagallo, e que foi inaugurado a 5 de Junho de 1887.

Na história recente, em 1997, foi inaugurado o novo centro termal, que mantém a traça oitocentista no exterior, sendo sinónimo de sofisticação técnica, charme e qualidade profissional. Dadas as características, as suas águas são usadas para rituais de cura (tratamentos termais das vias respiratórias, nas afeções reumáticas e músculo esqueléticas), de bem-estar, equilíbrio e beleza.

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