Com uma envolvente vestida de pinheiros e medronheiros, aos quais se juntam outras espécies como sobreiros, oliveiras, acácias e eucaliptos, o Vale da Mó encontra-se a cinco quilómetros da sede de concelho, Anadia, e tem-se afirmado, ao longo da sua história, como um local único para tratamento de cura e repouso, em contacto com uma vegetação exuberante.
Conta-nos António Ferreira, habitante da aldeia, que era neste contexto que surgia um “ex-libris” da estância termal. Com mimosas ou acácias, os aquistas iam esculpindo as suas próprias varas, que depois serviam de auxiliar para as caminhadas feitas pela região, nomeadamente as subidas ao moinho. “Cada um arranjava a sua acácia e fazia à sua maneira”, explica o residente.

O bulício que se gerava em Vale da Mó era grande durante o período sazonal de funcionamento da estância, entre junho e outubro. “As pensões e as casas particulares estavam cheias. Juntavam-se cinquenta, cem pessoas, faziam caminhadas, iam até à ponte, ao moinho, conviviam. Sentiam-se bem”, recorda António Ferreira, que também experienciou o poder terapêutico das águas na sequência de uma anemia.