Em plena Serra da Estrela, e a cerca de três quilómetros da vila com o mesmo nome, encontra-se a estância das Caldas de Manteigas, inseridas na Região Hidrotermal de Montanha, onde sobressai de forma singular a ação glaciária, que deixou numerosos testemunhos na paisagem.

Embora não se possa determinar com precisão a data da origem das Termas, o seu nome aparece, pela primeira vez, no “Aquilégio Medicinal”, de 1726, onde Francisco Henriques dá a conhecer que a sua água sulfúrea tem “a virtude parar curar achaques cutâneos, e para queixas espuriais de nervos e juntas, em temperamentos quentes. Hão de tomar-se banhos em tina, visto que não têm tanque”. Nos finais do século, em 1794, a Rainha D. Maria I confirmou a posse da Câmara de Manteigas sobre as Caldas. Em 1877, num trabalho realizado por Costa Felix, é referido que “as Caldas de Manteigas, famosas em todo o reino, são as mais frequentadas da Beira Baixa. Concorre a ellas muita gente de terras distantes, o que tem feito prosperar bastante a povoação, que, todavia, ainda oferece más accommodações”.

Após a lei de 1892 a Autarquia manteve-se como exploradora, sendo-lhe reconhecido o alvará de concessão em 1912. Com as águas cristalinas e bravas que irrompem da serra mesmo ali ao lado, a estância termal é actualmente apoiada por uma unidade hoteleira e complementada por um conjunto de equipamentos turísticos, como o centro de interpretação e o parque de merendas, que convidam a viver a natureza e a relaxar.

Combinando as vertentes de turismo de saúde e de bem-estar, as suas águas sulfurosas são indicadas no tratamento de várias doenças, nomeadamente do foro reumático, dermatoses, vias respiratórias e doenças músculo – esqueléticas. A captação é feita a cerca de 100 metros de profundidade, o que lhe garante pureza bacteriológica e estabilidade físico-química. As Termas são alimentadas por três nascentes, com destaque para a chamada “Fonte Santa”, e atingem temperaturas na ordem dos 48ºC.