Terra de águas e de nascentes, a história de Luso acontece à volta deste recurso natural. A começar pela Fonte de São João, que, conforme realça Lurdes Réu, ocupou sempre um papel de destaque e central.

E tendo a água como fio condutor, a técnica superior de turismo conduz-nos pelos seus usos aplicações, sendo que a primeira actividade surge com ligação aos moleiros.

Mais tarde, na década de 20 do século XVIII, surge a primeira referência ao olho de água quente e “as águas que curam transformam completamente” o rosto da povoação.

E em meados do século XIX aparece o primeiro estabelecimento termal. Conta Lurdes Réu que, nos finais do século XIX e na transição para o século XX, “quando chegavam as quadras de banho, entre Maio e Setembro”, a localidade “tornava-se quase cosmopolita”. As gentes ligadas ao mundo rural, que eram a base na época, “confluíam para os estabelecimentos hoteleiros” e passavam a desempenhar funções naquele ramo ou trabalhavam como lavadeiras, uma profissão de realce numa altura em que ainda não havia processos mecanizados. Finda a época termal, regressavam à sua profissão habitual.
Pela sua localização geográfica, o Luso tornou-se também um local de atração das elites económicas, que aqui construíam as suas casas de veraneio em torno do centro urbano.

Paralelamente à estância termal, a água mineral natural de Luso segue, mais tarde, o rumo da industrialização.