Fundado em 1571 pela Ordem de São Francisco, o Convento de Santo António surgiu para colmatar a “falta da palavra de Deus” de que sofriam, de acordo com a Crónica da Província da Soledade, as gentes de Penamacor, uma vez que a distância que um padre percorria entre as vilas mais próximas era significativa. Assim, mais ricos – através do dinheiro – e mais pobres – com mão-de-obra – juntaram-se para criar a obra.
No seu interior destaca-se, conforme faz questão de notar André Oliveirinha, arqueólogo do Município de Penamacor, “a Igreja de Santo António, de planta retangular, com nave única simples e altares em talha dourada, ao bom gosto maneirista da época”.
À direita do Altar-mor encontram-se as dependências conventuais, com realce para os Claustros que, “à boa imagem das obras franciscanas, tem uma planta quadrangular, ladeada por colunas, e são divididos em dois pisos”.
“Na sacristia é possível observar um conjunto de quadros que retratam a vida e os milagres de Santo António, com destaque para o milagre de Santo António aos Peixes”, salienta o responsável.
Outro dos espaços mais emblemáticos é, para André Oliveirinha, o coro alto, que servia para os padres fazerem as orações diárias e os cânticos litúrgicos. “É um dos locais onde havia contato, pelo menos visual, com a população, dado que a igreja serviu os civis até à queda das ordens religiosas em 1836”, explica. Nesse período sofre um processo de abandono e é entregue à Santa Casa da Misericórdia de Penamacor, tendo já servido como hospital, GNR e cavalariças.
O conjunto da igreja e claustro do Convento de Santo António em Penamacor está classificado como monumento de interesse público.