Maria Silva tinha 33 anos a primeira vez que foi trabalhar para as Termas de Águas – Fonte Santa, em Penamacor. Começou pela limpeza e o então responsável, Joaquim Lourenço, lançou-lhe o desafio de continuar nos serviços gerais. Assim fez, tendo iniciado a atividade a 15 de maio.
A sua função consistia “em encher as banheiras de água quente para os banhos, que duravam 15 minutos. Seguia-se a desinfeção dos equipamentos e o processo repetia-se”. “A caldeira a lenha, com capacidade para cinco banhos, tinha de estar sempre quente”, salienta.
A jornada arrancava às sete da manhã e durava até às 19h00, com intervalo entre o meio-dia e as 15h00. O mês de Setembro era um dos mais fortes e chegou a “dar 60/70 banhos apenas numa manhã, sozinha”, começando os banhos às 5 da manhã.
As potencialidades das águas eram bem conhecidas. “Havia pessoas que vinham com as pernas em ferida e que ao fim de oito dias estavam limpas. Vinham para passarem o Inverno bem e no ano seguinte regressavam”, conta, realçando que havia a superstição de “tomarem os banhos em número ímpar”.
“Adorei lá estar. Arranjei muita gente amiga”, garante.