Amândio Lacerda conheceu, desde novo, o mundo das Termas do Carvalhal, onde a mãe, Judite Ferreira, foi funcionária durante 37 anos.
Ele próprio, em 1970, trabalhou nas fundações daqueles que viriam a ser os novos balneários e, anos mais tarde, em 79, seguiu-lhe os passos e empregou-se na estância termal. Além de ser o responsável pela máquina de aquecimento das águas (fogueiro), alimentada primeiro a nafta e mais tarde a lenha, também ajudava nos tratamentos aos aquistas.
Houve muitas histórias que foi ouvindo da sua progenitora mas um caso específico viria a marcá-lo. Amândio Lacerda conta que, certo dia, um senhor, de Britiande (Lamego), depois de ter gasto uma fortuna para tentar curar um problema grave de pele que lhe limitava os movimentos, decidiu experimentar as Termas do Carvalhal. Embora ao início o tratamento fosse difícil de aguentar, deixou-se contagiar pelo ânimo do funcionário e “e ao cabo de 15 dias já não parecia a mesma pessoa”.
Das suas memórias fazem ainda parte vários clínicos que passaram pela estância, como o dr. Constantino, que ficou conhecido como o pai dos pobres, por não cobrar as consultas aos doentes.