Aos 15 anos, Maria de Lurdes Palma começou a trabalhar na estância termal das Caldas da Felgueira, terra que a viu nascer, em 1948, e onde foi criada. Na época, em que as caldeiras funcionavam a lenha e tinham de ser acesas ainda de noite, preparava os banhos, assegurava a limpeza das banheiras com creolina e acompanhava também os tratamentos de aerossóis.

O dia de trabalho começava cedo, às sete da manhã e terminava 12 horas depois, com pausa para o almoço. Eram tempos diferentes, recorda, em que as marcações eram feitas no próprio dia e a água era dada a beber aos aquistas no exterior das atuais instalações.

Também a aldeia era bastante distinta. Havia correios, sapateiro, barbeiro, casino e teatro – serviços que foram desaparecendo -, e o Grande Hotel e a Pensão Maial eram o centro nevrálgico da diversão. Neste último caso, Maria de Lurdes Palma recorda palavras da sua mãe, que era dama de companhia de crianças alemãs, refugiadas, que ali ficaram alojadas após a II Guerra Mundial.