Nas primeiras décadas do século XX, com a implantação da República, o sector da hotelaria acompanhou o dinamismo que o termalismo tinha na região de Lafões. Com a linha de caminhos-de-ferro do Vale do Vouga, que começou a funcionar em 1914, servindo a estação das Termas de São Pedro do Sul, o núcleo ganha uma nova projecção.
Em contrapartida, na transição do século XIX para o século XX, os balneários romanos das Termas de São Pedro do Sul perderam a função medicinal para ganharem novos destinos. Aqui funcionou, por exemplo, entre 1930 e1960, uma escola primária, que terá sido a primeira a beneficiar da energia geotérmica para aquecimento. Já nas décadas de 70 e 80, o espaço acolheu um café-bar mas a ruína do edifício foi galopante e agravada, em 1995, com mais uma das recorrentes cheias no Rio Vouga. As águas galgaram as margens e provocaram derrocadas significativas. A área arqueológica, já então monumento nacional, foi mandada vedar e ficou, durante mais de duas décadas, ao abandono.
Eduardo Oliveira, que é técnico superior de educação e um apaixonado pela história da região, lembra que a sua dimensão e importância só foram recuperadas, mais recentemente, por intermédio da Câmara Municipal local, que intercedeu junto do Poder Central e conseguiu levar a bom porto obras de reabilitação. A cerimónia de inauguração da requalificação deu-se em Agosto de 2019 e trouxe um novo fôlego a nível cultural, turístico e científico, permitindo devolver o monumento à comunidade. O projecto prevê ainda a instalação de um centro interpretativo, com informação devidamente sistematizada.