O médico Rui Soares confessa-se um eterno apaixonado pelas Termas de Luso, ainda antes de ter feito a sua formação. Jovem, vivia perto da estância e fazia questão de ir com frequência. Mais tarde, constituiu uma empresa para a promoção das termas a nível nacional, através de um Circuito de Ténis Termas de Portugal, que procurava difundir que o recurso às estâncias “não é só para velhos ou doentes”. Os encontros juntavam pessoas dos 35 aos 80 anos, por escalões, com competição e uma vertente social que ajudava a divulgar os territórios.

Depois do curso, este gosto manteve-se, pelo achou interessante desenvolvê-lo. Assim, em 2013, Rui Soares fez uma pós-graduação em Hidrologia Médica, na Universidade do Porto, fez estágio e ficou nas Termas.

O clínico fala-nos das propriedades “multifacetadas” destas águas termais, “que sofreram algumas alterações desde o tempo em que a Rainha ia banhar-se para tratar as suas maleitas dermatológicas”. Atualmente, o ‘know-how’ faz com que tenham indicações terapêuticas a nível respiratório, musculosquelético e de litíase renal.

E se até meados do século XIX “era apenas um lago”, a descoberta e sinalização da emergência da água fizeram “crescer toda a estância termal em seu torno, bem como a capacidade hoteleira”, tornando-a num destino de referência todo o ano.
A triagem de aquistas é feita na consulta médica, permitindo definir o tratamento, que nas Termas de Luso é acompanhado de um conjunto de recomendações na área da nutrição. A aposta passa, assim, por proporcionar um estilo de vida saudável, “conciliando os tratamentos, a ingestão de líquidos e o plano alimentar”, de modo a que as pessoas tenham uma “bagagem de bem-estar” que devem manter depois de regressarem a casa.

Para o futuro, está traçada a vontade de trazer mais público jovem, que representa cerca de 15 por cento dos utentes, às termas, através da ponte com o hospital pediátrico.