Desde novo que José de Soure se habituou ao som característico e metódico do moinho. Primeiro pelas mãos do pai, quando conciliava a atividade de moleiro com outros trabalhos fora, nomeadamente o fabrico de blocos de cimento e o cultivo da terra.

Quando José teve de ir para Moçambique, para a Guerra Colonial, o excesso de trabalho para o pai fez com que o moinho ficasse parado.

E foi já na reforma que decidiu seguir as pisadas do progenitor e recuperar a infraestrutura, localizada junto ao Rio Arunca. O curso hídrico, com 60 quilómetros de extensão, nasce no concelho de Pombal (Leiria), corre no sentido Sul/Norte, atravessa a vila de Soure e desagua no rio Mondego, sendo afluente da margem esquerda.

“Viver à beira do rio é maravilhoso”, garante José de Soure, adiantando que o troço ficará ainda mais bonito depois da empreitada que está a decorrer para a regularização do seu caudal, de modo a prevenir inundações em povoações.

O moinho continua ainda ativo e a dar resposta aos pedidos dos fregueses. E porque o espaço merecia ser partilhado, perante as suas inúmeras potencialidades naturais, é também um local de convívio que encerra um importante espólio antigo, com unidades de medida e peso que nos remetem para a década de 50 do século passado.