A exploração da água de Luso começou com 17 mil litros, levando a expansão das vendas e a entrada da Central de Cervejas a que fosse necessário aumentar a captação.

“Fez-se um novo furo, com o suporte técnico de grandes estudos geológicos, mas muito risco”, lembra Júlio Penetra, que fala de “momentos de ansiedade”, associados ao facto de estar a “mexer-se no subsolo de uma nascente com este valor” e “sujeito a perturbá-la”.

A ideia dos geólogos era que a nascente da água corria num túnel subterrâneo abobadado em quartzito, uma rocha dura que torna a água puríssima e leve. Assim, acreditava-se que fazendo um furo em terminado ponto se iria entrar no teto do túnel e haveria bastante água. “Veio uma das maiores empresas especializadas em perfurações, viveram-se dias de ansiedade e com o receio da perturbação que poderia causar”, conta o responsável.

Após o receio, “de repente, brotam 40 mil litros de água, a uma pressão louca. Foi um delírio. A teoria mudou completamente”, explica, acrescentando que se percebeu que “a água de Luso corre em pequenas fissuras da própria rocha e é assim que adquire as suas características desde que se infiltra no Buçaco até que emerge aqui, num ciclo que leva anos”.