A história da Pensão David, um dos espaços emblemáticos das Termas de São Pedro do Sul, é-nos contada por David Costa, a terceira geração de uma família que mostrou, desde o início, uma visão empreendedora. É neto materno dos fundadores, David e Elvira do Carmo, que já anteriormente exploravam algumas casas de acolhimento para aquistas.

Fundada em 1953, a unidade começou com 8 quartos e foi sendo ampliada, apostando sempre num conceito familiar, aliado ao valor da gastronomia regional.

Merceeiro e autodidata, David (avô) era um apaixonado por fotografia e música. Era também um homem com grande capacidade de inovar. Além de contribuir para a fundação do Termas Óquei Clube, foi um entusiasta dos bailes do Casino (que aconteciam no piso superior do Balneário Rainha D. Amélia) e das viagens turísticas protagonizadas pelo grupo “Os escaldados”, que permitiam perceber o que se fazia noutras estâncias e dotar as Termas de uma capacidade de autocrítica.
Com o seu falecimento, deu lugar à segunda geração, que começou a procurar novas formas de gestão, imprimindo um cunho pessoal à Pensão. Um dos destaques, explica David Costa, vai para a produção própria da matéria-prima, o que deu fama à cozinha do empreendimento e permitiu envolver os clientes em momentos festivos. Paralelamente, a unidade alargou o seu leque de serviços para se diferenciar num ramo em constante mudança e muito competitivo e, ao mesmo tempo, ir ao encontro das necessidades dos aquistas.

Hoje, reconhece, o público é diferente e já não vem apenas pelo conceito de termalismo clássico mas procura também aproveitar os recursos endógenos das termas enquanto destino “polivalente e holístico”. David Costa defende, por isso, que estas novas dinâmicas exigem um produto de excelência, integrado num conjunto de recursos naturais, patrimoniais, paisagísticos e culturais que têm de ser devidamente valorizados.