“Estas águas têm uma história muito curiosa”, começa por contar Pedro Próspero, diretor geral das Termas de Monfortinho. Consta que os cães do irmão do Rei D. Manuel, que estava aqui à caça, sofriam de rabugem e, “devido ao calor e à coceira própria da doença, mergulhavam na água e nas várias nascentes que aqui apareciam e acabaram por curar-se dos males que tinham”. Terá sido assim descoberta “a água milagrosa que curava as maleitas dos animais” e cuja popularidade rapidamente se espalhou.
As primeiras referências documentais destas águas aparecem, no entanto, no século XVIII, com a descrição de Ribeiro Sanches, célebre médico natural de Penamacor, sobre as suas qualidades terapêuticas.
Bicarbonatada, sódica, cálcica, magnésica e silicatada, a água termal de Penamacor distingue-se pela sua mineralização – sendo 53 por cento sílica – que vai adquirindo nas profundezas do subsolo, até ser captada através dos três furos que alimentam as termas e nos quais emerge a 29º/30º, sendo ligeiramente aquecida para os banhos.
Numa perspetiva de inovação, a estância está a apostar em aproveitar este recurso para outros fins, nomeadamente “promovendo a constituição de cremes para tratamentos de pele”. “Vamos conseguir que não só o aquista possa continuar a beneficiar da água, mas também quem não tem tantas possibilidades de vir”, revela Pedro Próspero.