Muitos nomes e rostos fazem parte da história das Termas de Longroiva, cuja exploração era, até ao início do século, atribuída pela Junta de Freguesia, por arrematação em hasta pública.
Francisco Mendes é um desses antigos concessionários. “Todos os anos havia leilão”, conta, acrescentando que, no seu caso, “ficou por três anos” à frente do empreendimento.
Ainda assim, era uma época “muito difícil”, dada a falta de condições e de equipamentos eficientes para assegurar o desenvolvimento da atividade.
“Era preciso aquecer a água, que emergia apenas morna, numa caldeira a lenha”, recorda, acrescentando que, face à sua degradação, foi mais tarde substituída por um equipamento a gás.
O alojamento, sobretudo procurado pelos aquistas que vinham de mais longe, também tinha poucas condições, “mas os utentes não se importavam” e os banhos, além dos fins terapêuticos, eram procurados igualmente “como higiene diária”.
Francisco Mendes conta que “não dava para ter empregados”, pelo que tratava dos banhos “ainda antes de ir trabalhar” e a sua esposa ficava durante o dia a atender quem aparecesse.
Apesar das infraestruturas deficitárias, os efeitos benéficos das águas mantiveram-se inalterados. “Esta água dizem que é boa para o reumatismo, mas é boa especialmente para a pele. É uma maravilha”, garante o responsável, contando a história de “um homem que tivemos de tirar do carro praticamente ao colo e passados cinco ou seis dias já caminhava sozinho”.