O antigo balneário termal de Almeida é um complexo de braços abertos para o Rio Côa, cujo vale foi talhado em eras glaciares e de onde sobressaem as suas margens escarpadas.
Embora com modificações, a fonte, que adquiriu a designação de santa, ainda continua a jorrar água, marcando o ritmo do tempo, paralelamente ao chilrear efusivo das aves. E o cenário bucólico, apesar de o património edificado não resistir à passagem dos anos, faz-nos conseguir imaginar os “moradores” a tomarem banhos ou a aproveitarem a bica “pouco copiosa”, com os seus sais de enxofre que não passam despercebidos ao olfato, para lavarem “com ela as partes exulceradas ou pruriginosas”.
O antigo complexo foi erguido em diferentes épocas. O balneário, de arquitetura simples, será uma construção de finais do século XIX ou início do século XX, enquanto mais tarde, no final da década de 1970, terão sido construídos os pavilhões que serviriam de hospedaria.
A partir de 2000, toda a envolvente sofreu uma intervenção urbanística, com o intuito de criar áreas de lazer, até o complexo ser deslocalizado para uma zona mais alta, ficando as antigas instalações como testemunhas de uma era.