O Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro (CIBV) “conta uma história de todos, um património comum que deve ser partilhado e faz parte da nossa identidade”. Além do espólio que o espaço guarda, são muitas as histórias contadas aos visitantes, sobretudo famílias, grupos organizados de seniores e escolas portuguesas, mas também público estrangeiro, como ingleses e franceses.

Nos primeiros 100 anos, apenas a comunidade guardava a memória da efeméride, que aconteceu a 21 de agosto de 1808. Porém, conta Ana Bento, responsável do CIBV, a propósito do centenário da batalha, foi construído um monumento evocativo, com cerca de 4,5 metros de altura, encimado por uma esfera com uma chama e cujo símbolo principal é o leão. Para a sua inauguração, a 21 de agosto de 1908, veio ao Vimeiro o último rei de Portugal, D. Manuel II, e juntou-se uma multidão para o receber e ao seu tio, conhecido como o “Arreda” por conduzir dos primeiros automóveis do país.

A batalha serviu ainda de base para a recriação que acontece, anualmente, no terceiro fim-de-semana de julho. Tal como já acontecia noutros pontos do país desde que foi criada a Associação Napoleónica Portuguesa, presidida por José António Faria e Silva, havia o sonho de ter no Vimeiro um grupo de recriação, que surgiu em 2015 e que envolve já cerca de 30 elementos, que contribuem para que continue a contar-se a história de “forma rigorosa” e sob o “signo da paz”.

A Recriação Histórica e o Mercado Oitocentista duram três dias e envolvem recriadores nacionais e estrangeiros, incluindo animação de rua, concertos, tasquinhas, artesanato, teatro, danças, ofícios à época e a recriação do acampamento militar.