João Reis trabalhou nas Termas de Monfortinho durante 39 anos. Naquela época, os tratamentos eram feitos no “balneário antigo”, onde acorria “muita gente”. “Chegava a abrir às 6 da manhã até às 8 da tarde, com intervalo para almoço, enquanto houvesse tratamentos para fazer”, conta, notando que “era uma multidão nas ruas” e nas casas de aluguer.
“Diziam os antigos que a água servia para problemas de pele, fígado e intestinos”, recorda, descrevendo como funcionavam os tratamentos: ao balneário de primeira iam as pessoas com melhores condições económicas, enquanto no balneário de terceira, utilizado pelas pessoas com menos posses, havia nove cabines de banho e a água não era aquecida. “Era sempre cheio”, recorda.
Com uma envolvente deslumbrante, na buvette trabalhavam duas pessoas a servir. “A toma de água era ‘sagrada’ e fazia-se às 8 da manhã, meio-dia, cinco e sete horas”, nos copos graduados e de acordo com a prescrição médica, lembra João Reis, acrescentando que os aquistas “faziam fila”.
“As termas de Monfortinho eram uma cidade em ponto pequeno”, acrescenta, sublinhando que, depois de ter contatado com milhares de casos, “ver as pessoas curadas era uma alegria enorme”.