“Distante desta Vila um quarto de légua, corre uma fonte que chamavam antigamente Fonte Santa, pela sua virtude, porque corre sempre tépida, e por tradição se diz metiam ou lavavam os pastores os seus gados com esta água para sararem de alguma enfermidade que padeciam e hoje se lhe pôs o nome de Caldas por os médicos a aconselharem para várias enfermidades, para onde haverá dez ou onze concorre muita gente a procurar saúde”.

As menções às Caldas de Manteigas são antigas. Em meados do século XVIII, assim escreviam os vigários de S. Pedro e de Santa Maria, Manuel Barbas de Morais e Manuel de Campos da Cunha Caltelbranco, respetivamente.
Ao longo dos tempos, a evolução e as vicissitudes da história também deixaram as suas marcas, como podemos ver no testemunho de Gertrudes Abrantes.

Na época em que foi trabalhar para as termas – na altura foi chamada porque havia um pré-aviso de greve dos colaboradores – os procedimentos estavam longe da realidade atual. Depois de garantir que a temperatura da água estava de acordo com a prescrição, enchia a banheira e programava o relógio para apitar quando terminava o tempo em que o aquista tinha de estar no banho. Com a delicadeza que a caracteriza, encaminhava-os depois para as macas para fazerem o tratamento de vapor, se fosse esse o caso, ou para as salas de descanso, onde permaneciam até poderem regressar ao domicílio.